quarta-feira, 16 de março de 2011

Periodo pre colonial


O Período Pré-Colonial, que começa com a Idade do Ferro, as grandes migrações dos povos Bantos, os reinos da savana, até termina na data da chegada dos Portugueses ao Antigo Reino do Congo em 1481 - desde cerca do ano 1.000 depois de Cristo até aos fins do Séc. XV, que inclui a época desde a chegada dos povos Bantos à região que hoje compreende o território de Angola no Séc. XIII e a chegada dos Portugueses nos fins do Séc. XV.

Foi durante o período Pré-Colonial que se formaram os primeiros estados Bantos na região pelos povos Ambundos e Bakongo
. Este período na história de África inclui a Idade do Ferro, a origem dos povos Bantos e as suas grandes migrações para a África Central e Meridional, os antigos impérios sudânicos, os potentados do Golfo da Guiné, e os antigos estados Bantos que se estabeleceram nas bacias dos rios Zaire, Cuanza, Queve (ou Cuvo), Zambeze, Cunene, Cubango, Cuíto e Cuando, e os reinos Bantos dos Grandes Lagos e da África Oriental e Meridional.


5.3 O Período Colonial


O Período Colonial, é definido pelos tempos de Angola colónia portuguesa - de 1483 a 1975; O
Período Colonial, começa com a chegada dos Portugueses ao Zaire em 1481 e termina com a Independência de Angola em 1975. O Período Colonial pode ser dividido em três épocas distintas:

a) Primeiro Período - A Época da Conquista Portuguesa - Desde os primeiros contactos com os Portugueses que chegaram ao Antigo Reino do Congo em 1481 e a eventual conquista do Antigo Reino do Ndongo e a fundação de Luanda em 1576 e o estabelecimento dos fortes portugueses de Massangano em 1583 e Muxima em 1594 ao longo do curso do Rio Cuanza. Durante este período, a presença portuguesa era dominada pela procura das famosas minas de prata de Cambambe e do Sumbe Ambela, e em menor grau, pelo crescente tráfico de escravos para São Tomé, Europa e Brasil.

b) Segundo Período - A Época do Tráfico de Escravos, inicialmente orientada para os engenhos de açúcar de São Tomé, ainda nos fins do Séc. XVI, e depois para os engenhos de açúcar do litoral brasileiro (Maranhão, Pernambuco e Bahia) até aos finais do Sec. XVII, e mais tarde para as minas de ouro e diamantes de Minas Gerais e São Paulo. Depois da independência do Brasil em 1822 a exportação de escravos de Angola foi em parte orientada para os Estados Unidos e para Cuba, embora a maioria dos escravos continuasse a ser absorvido pelo Brasil (Rio de Janeiro), já depois da abolição da escravatura em 1836 em Angola e até 1888, ano da proclamação da Lei Áurea no Brasil.

c) Terceiro Período - A Época de Exploração de Produtos Coloniais (produtos tropicais e minérios - mel, borracha, açúcar, café, algodão, tabaco, milho, diamantes, ferro, e petróleo) que começou em 1845 com o consulado do Governador Pedro Alexandrino da Cunha em 1845 e terminou com a independência de Angola em 1975.

Foi durante este período que a ocupação efectiva do território pelos Portugueses se completou através das Campanhas Militares de Ocupação entre 1851 e 1925 (no contexto do imperialismo europeu e da Corrida à África), e a colonização branca do território se realizou, com a exploração mais intensa dos recursos agrícolas e mineiros.


5.4 Angola Estado Independente

Angola como estado soberano, depois da Independência, depois de 1975 até aos dias de hoje (2008). Angola Estado Soberano, começa com a descolonização de África, passando pela luta de libertação nacional, descolonização portuguesa, Independência, breve experiência marxista-leninista, Guerra Civil, petróleo bruto e diamantes e cleptocracia e corrupção, e por fim Angola em paz e em desenvolvimento.

1--O MPLA ou Movimento Popular de Libertação de Angola foi um movimento de luta pela independência de Angola de inspiração comunista e apoiado pela URSS, que se transformou num partido político após a Independência.
A versão oficial refere a fundação do movimento em 1956, mas a data não é pacífica sendo atual a polêmica entre duas correntes históricas, uma que defende a data oficial e outra que aponta 1961 como data real da fundação do MPLA. Entre os finais dos anos de 1950, princípios de 1960 agrupa as principais figuras do nacionalismo angolano, entre estudantes no exterior, sobretudo em Portugal - e lutadores contra o colonialismo que fugiam do interior de Angola. Dirigido por Antônio Agostinho Neto, e tendo como secretário Viriato da Cruz,o MPLA organiza e dirige a luta armada contra o colonialismo. Um outro movimento, a FNLA - Frente Nacional de Libertação de Angola- conduzia também ações de luta. Apesar das tentativas não foi viável o entendimento entre os dois movimentos. Terminada a luta de libertação, na sequência do 25 de Abril em Portugal, é o MPLA quem proclama a independência do país, sem que tivesse acontecido a pacificação interna com a FNLA e a UNITA. O MPLA surge como movimento de tendência Marxista-Leninista. É frequente, numa leitura etno-linguística da política angolana ligar-se o MPLA à região Kimbundo tendo sido, no entanto, dos três principais movimentos angolanos, o que mais aproveitou e incentivou o sentido nacional. À sua direção pertenciam elementos não originários do grupo dominante e o movimento não tinha as conotações tribais e racistas atribuídas aos outros dois. Terá sido aliás a sua composição e o sentido nacional que lhe valeram o apoio maioritário por altura da transição para a independência do país em 1975. O MPLA governou Angola como partido único até à abertura política em 1991. Em 1992 Angola viveu as suas primeiras eleições e foi o MPLA quem as venceu embora essa vitória não tenha sido aceito e o país tenha voltado à guerra. Hoje o MPLA é um partido ex-marxista, politicamente constitui algo entre a social democracia e o socialismo. Angola vê agora prolongado o mandato deste partido majoritário na Assembleia Nacional.As condições para as proximas eleições já estão criadas, graças aos esforços e entendimento dos angolanos, resultado dos acordos do luena de 2002, que culminou no tratado da paz em 04 de Abril de 2002, entre os principais intervenientes da guerrilha isto é, o Governo e Unita.Desde então foram realizados esforços no sentido de fazer o país seguir o curso normal que deve seguir um país com um sistema de politica democrático,e repor com isto a regularidade. As eleições serão muito em breve realizadas, com data prevista para 05 de setembro de 2008 e as presidenciais no ano posterior,esforços são evidados no sentido de que estas aconteçam num clima de tranquilidade e paz social, de maneiras a que as eleições possam ser livres e justas e possam ser um exenplo para áfrica e não só, com isto angola galga os passos da consolidação da sua democrácia bem como da liberdade de expressão e manifestação dos seus cidadãos.
O MPLA dirige Angola desde 1975 até aos dias de hoje.
Nas eleições legislativas realizadas em Setembro de 2008, o MPLA viria a ganhar por maioria absoluta com cerca de 82% dos votos enquanto que o seu mais directo oponente, a UNITa não foi além dos 10%. De uma maneira geral, não houve contestação aos resultados destas últimas eleições.
2-A UNITA, acrónimo de União Nacional para a Independência Total de Angola é um partido angolano, fundado em 1966, por dissidentes da FNLA e do GRAE — Governo de Resistência de Angola no Exílio, de que Jonas Savimbi, fundador da UNITA, era ministro das relações exteriores. Alguns historiadores alegam que Jonas Savimbi criou a UNITA depois da sua tentativa fracassada de assumir a co-presidência do GRAE.
Reivindicando-se do maoísmo, os primeiros passos da UNITA vão sobretudo procurar apoiar-se na etnia maioritária a qual Jonas Savimbi pertence: os Ovimbundos. A UNITA vai travar operações de guerrilha no Leste do então território colonial. Depois da independência angolana em 1975, a Guerra Fria serve de plataforma para uma retórica afro-populista de Jonas Savimbi que apresenta o seu partido como a grande alternativa ao MPLA, de obediência marxista-leninista. O carismático líder da UNITA consegue assim apoios em todo o continente africano e no mundo. Apoiado em logística pelo governo do apartheid sul-africano e pela CIA, a UNITA consegue custear o seu esforço de guerra graças as subvenções do governo norte-americano, até a assinatura dos primeiros acordos de paz em 1991. Depois de ter estado próximo da vitória pelas armas, em 1991, Savimbi desacredita-se quando refuta os resultados das eleições de Setembro de 1992, relançando a guerra em todo o território nacional. Esta seria a última tentativa do "Galo Negro" para tomar o poder: em Fevereiro de 2002, Savimbi é morto na província do Moxico. Após a sua morte, a UNITA tornou-se num partido civil e abandonou a luta armada. Tendo ficado em minoria, nas eleições de 1992, é reduzido a pouco mais de 10% nas eleições de Setembro de 2008.
 3-A União dos Povos de Angola (ou apenas UPA), anteriormente designada de União dos Povos do Norte de Angola (UPNA), foi a designação dada a um dos movimentos de libertação da província ultramarina portuguesa de Angola sob o regime português desde 1484. Este movimento de libertação iniciou a sua luta armada na região do norte de Angola em 15 de Março de 1961, nomeadamente no concelho do Uíge estendendo-se mais tarde para o sul, até à actual província do Bengo.
A sua primeira manifestação neste sentido consistiu num ataque às fazendas de café, não poupando nada nem ninguém incluindo os trabalhadores africanos. Este movimento, alegadamente regionalista e racista, criticado a nível interno e externo, estaria na base da alteração da designação da UPA deixando cair o N.
Mais tarde, voltaria a ser rebaptizada para Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).
A UPNA - UPA - FNLA teve como retaguarda de luta o ex-Congo Belga, actual República Democrática do Congo, a seu tempo liderada pelo falecido General Mobutu Sese Seko que deu o seu incondicional apoio ao movimento desde o início da luta armada em 1961. Boas relações foram mantidas ao longo dos anos entre o presidente Mobutu e o carismático lider da UPA/FNLA, Holden Roberto que foi seu líder até à sua morte em 2007.
O movimento que conheceu o seu maior enfraquecimento nos anos oitenta, pela deserção dos seus principais dirigentes, tendo alguns deles regressado ao país e incorporados no partido que está no poder em Angola, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), liderado por José Eduardo dos Santos, Presidente da República, mormente o falecido Jony Pinoc Eduardo, Paulo Tuba, Hendrique Vaal Neto e outros que chegaram a ser ministros no Governo de Reconciliação Nacional, e ainda a fixação de residência em Paris até 1992, altura em que tiveram lugar em Angola as primeiras eleições gerais.
O afastamento de Holden Roberto que se fixou em Paris durante muitos anos levou a fissura do partido em duas alas sendo um delas a liderada pelo sociólogo Lucas Ngonga. A aproximação das segundas eleições gerais em Angola levou a que as duas alas negociassem o reencontro que culminaria no próximo congresso marcado para o mês de Dezembro de 2005 onde seria debatida a questão da liderança.
Para além de ser um dos três partidos históricos na luta de libertação nacional a FNLA é o terceiro partido mais votado com assento no parlamento angolano. Nas cerimónias dos festejos dos trinta anos da independência de Angola, Holden Roberto e Ngola Kabango foram distinguidos com uma das mais altas condecorações de mérito e honra da República.
MPLA
Ao mesmo tempo que surgiam os movimentos messiânicos e tribalistas do Norte de Angola, constituíram-se em Luanda várias organizações políticas clandestinas, de forma geral  por iniciativa de angolanos que tinham acedido ao estatuto de assimilados. O primeiro foi o Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola (PLUA) em 1953, seguindo-se-lhe o Partido Comunista de Angola (PCA), em 1955. Estes dois grupos acabaram por se fundir, em Dezembro de 1956, dando lugar ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Em 1958, surgiu o Movimento para a Independência Nacional de Angola (MINA). Que também se integrou no MPLA.

O MPLA foi desde o primeiro momento, uma organização nacional, e ainda que a sua principal base da apoio tenha sido a etnia umbundo, que se estendia de Luanda a Malanje, contou sempre com apoios noutros grupos tribais.

Aglutinou, além disso, elementos da pequena burguesia negra e mestiça e dos sectores operários. Contrariamente à FNLA, tinha uma ideologia mais definida e, com o tempo, evidenciou-se a sua raiz marxista. O crescimento do MPLA foi lento, ainda mais quando, em Março de 1959 e Junho de 1960, ficou praticamente decapitado pela prisão de muitos dos seus escassos quadros no chamado «processo dos 50». Neste processo foram incriminados 57 nacionalistas, alguns à revelia, dos quais 20 por pertencerem ao MPLA, destacando-se nestes o padre Joaquim Pinto de Andrade e Agostinho Neto. Nessa altura, a cúpula  dirigente ficou constituída por Mário de Andrade, como presidente, e Viriato da Cruz, como secretário-geral, os quais, em face da situação, decidiram transferir a direcção do movimento de Luanda para Conacri, donde viriam a reivindicar a acção do 4 de Fevereiro, num desejo de demonstrar, tanto para fora como para o interior do movimento, que a luta devia continuar.

Em Outubro de 1961, após a independência do ex-Congo Belga, o MPLA transferiu as suas estruturas para Leopoldville, por estar mais próximo de Angola. Politicamente, o partido tentou a aproximação à UPA, por esta ser, então, a força nacionalista hegemónica.

Esta estratégia veio, contudo, a falhar inteiramente, em especial porque a UPA se transformou em FNLA no início de 1962, e porque este partido constituiu o GRAE, acções que consolidaram a imagem de Holden Roberto e impuseram a sua política como a única via independentista de Angola. O MPLA atravessou um período de marasmo e contradições, nunca se conseguindo libertar da condição de partido de muitos generais e poucos soldados.

A situação em Leopoldville veio a agravar-se com a chegada de Agostinho Neto, em Julho de 1962, que havia fugido de Portugal. Já nomeado presidente honorário do MPLA, depois da sua detenção em Junho de 1960, chegou disposto a integrar-se na cúpula do partido, mas as suas ideias «presidencialistas» acabaram por se chocar com a direcção, o que viria a provocar a demissão de Mário de Andrade.

Em Dezembro de 1962, com o intuito de ultrapassar as suas divisões internas, o movimento realizou uma conferência, mas esta não só não conseguiu a unidade, como agravou as divergências, de resto em consonância com os fracassos do movimento no terreno, incapaz de penetrar solidamente em Angola.

Em Julho de 1963, a OUA criou uma comissão de reconciliação com a missão de aproximar o FNLA ao MPLA, mas acabaria ela própria por propor aos membros da OUA o reconhecimento do GRAE como a única organização representativa angolana, em face das divisões do MPLA. Neto e os seus seguidores culparam, por esta resolução da OUA, o trabalho fraccionário de Viriato da Cruz e do sector minoritário do movimento, que, aliás, tinha já sido expulso. Mas como um mal nunca vem só, Agostinho Neto, que tinha encabeçado a direcção com a promessa de incrementar a luta armada, acabou por não conseguir, tanto pela política de obstrução da FNLA, como por acção do Governo de Lisboa. Holden Roberto não queria competidores em solo bacongo, para além de se apresentar com o exclusivo da luta anticolonial, pelo que era essencial impedir a penetração do MPLA pela fronteira norte. Portugal, por seu lado, conseguiu de alguma forma comprometer o Governo Congolês na neutralização do MPLA, com a ameaça, sempre em jogo, do corte de saída do cobre pelo caminho de ferro de Benguela.

Por estas e outras razões, o MPLA acabou por ser expulso do Congo-Brazzaville, onde, desde Agosto de 1963, se havia instalado um governo marxista, mais próximo do seu ideário. A partir daqui, o movimento podia aceder, com facilidade, à fronteira de Cabinda, onde se iniciou a sua actividade militar no ano seguinte.

UNITA
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) foi formalmente criada em Março de 1966, no interesse de Angola, no lugar de Tchocué do Mungai, distrito do Moxico, mas a data de criação do terceiro movimento de libertação de Angola é menos importante do que a evolução política do seu inspirador e principal dirigente, Jonas Malheiro Savimbi.
Savimbi, filho de pastor protestante, recebeu a educação primária em várias missões evangélicas e, apesar de posteriormente ter frequentado colégios católicos, cedo revelou ideias anti colonialistas, o que lhe permitiu, nos anos que passou como estudante em Lisboa ( 1958-1960), contactar com a UPA através da rede que as organizações protestantes tinham em Portugal, e que se encarregava de tirar do país os africanos que quisessem aderir a FNLA, partido que era então o mais representativo de Angola.
Exilado em Paris, Savimbi trabalhou para a FNLA, de que chegou a ser secretário-geral em 1961. No ano seguinte, quando se constituiu o GRAE, foi nomeado ministro dos negócios estrangeiros, mas em Julho de 1964 abandonou o cargo e o partido, por divergências com Holden Roberto. Tem-se referido, embora sem provas concludentes, que nesta época Savimbi terá tentado aproximar-se do MPLA, embora certo que, ao longo dos anos, sempre orientou a sua acção no sentido de dispor de uma força própria de que fosse o incontestado dirigente.
A UNITA viria a iniciar a sua actividade no interior de Angola, no distrito de Moxico, contando com apoios da população ovimbundo, que representa cerca de 40% da população de Angola. Embora estabelecendo cumplicidades com agentes do planalto, não conseguiu montar aí a guerrilha, nem tão-pouco viria a implantar-se nos meios urbanos. Embora o número dos seus quadros fosse sempre muito reduzido, conseguiu alguma audiência a nível externo, em especial da China e do Egipto. Teve também alguns apoios por parte da Zâmbia, mas nunca conseguiu construir uma retaguarda firme, como foi a do PAIGC em Conacri, ou da FRELIMO, na Tanzânia. A UNITA realizou a primeira acção armada em Setembro de 1966, em Lucusse e Calunga, prosseguindo com um ataque a Teixeira de Sousa, no natal do mesmo ano.
Em Março de 1967, atacou a linha de caminho de ferro de Benguela, importante para as Forças Armadas Portuguesas, mas fundamental também para o trânsito de mercadorias da Zâmbia. O incidente acabou por se traduzir em crescentes dificuldades de utilização, por parte da UNITA, do território zambiano, facto que, contudo, não impediu que a guerrilha penetrasse no distrito do Bié e que fossem realizadas acções na estrada Luso - Gago Coutinho e ao sul de Gago Coutinho, entre as suas bases e a fronteira.
A UNITA surge, assim, como opositora do MPLA pelo controlo do Leste do território angolano, o que se traduziu em sucessivos confrontos entre os dois movimentos. Foi então que surgiu a oportunidade de entendimentos com as autoridades militares Portuguesas, com base no combate contra o MPLA, que estava então empenhado em alargar a sua acção militar na zona, onde actuava desde 1966.

Até 1970, não tinha sido possível ao Exército Português responder com eficácia ao alastramento da guerrilha no leste de Angola. O MPLA havia chegado ao planalto do Bié, planeando penetrar até ao mar, para dividir Angola em duas metades, e é então que o comando militar Português procura uma solução para toda a zona leste, o que vem a incluir um acordo de cessar-fogo com a UNITA, concretizado em 1972. Este acordo assegurava a Savimbi a utilização de extensa área nos rios  Lungué-Bungo, ao sul  do caminho de ferro de Benguela, zona onde o exército Português não entraria, a troco do combate que ele deveria fazer ao MPLA e do fornecimento de informações militares; as autoridades portuguesas comprometiam-se  também a fornecer alguma logística e material. Os contactos com o exército português estabeleceram-se por intermédio dos madeireiros portugueses que trabalhavam na área de refúgio da UNITA e nas florestas do Moxico, pelo que as diligências efectuadas ficaram conhecidas pelo nome de código de Operação Madeira. Estes acordos mantiveram-se até 1973, quando Costa Gomes e o seu comandante da zona leste, Bettencourt Rodrigues, deixaram Angola.

Os seus substitutos iniciaram, em Setembro de 1973, um ataque às posições de Savimbi, por dois motivos: porque o entendimento dos novos comandantes não se conformava com a situação criada e porque a UNITA, uma vez diminuída a acção dos grupos rivais, queria estender a sua zona de acção ao planalto central. Contudo, em Fevereiro de 1974, os militares portugueses e os guerrilheiros da UNITA iniciaram novos contactos para repor a situação existente anteriormente, embora, quando se deu o 25 de Abril, não se tivesse chegado formalmente ao restabelecimento do cessar-fogo.

A correspondência entre Savimbi e as autoridades portuguesas viria a ser publicada na revista AFRIQUE-ASIE, com o título de «la longue trahision de l' unita», no n.º61, de 3 de Julho de 1974, em artigo anónimo, mas da autoria de Aquino de Bragança. 

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