quinta-feira, 17 de março de 2011

meus documentos

                                        Introdução
Nas escolas e nos livros, costumamos estudar apenas a história de um povo africano: os egípcios. Porém, na mesma época em que o povo egípcio desenvolvia sua civilização, outros povos africanos faziam sua história. Conheceremos abaixo alguns destes povos e suas principais características culturais.
O povo Bérbere
Os bérberes eram povos nômades do deserto do Saara. Este povo enfrentava as tempestades de areia e a falta de água, para atravessar com suas caravanas este território, fazendo comércio. Costumavam comercializar diversos produtos, tais como : objetos de ouro e cobre, sal, artesanato, temperos, vidro, plumas, pedras preciosas etc. 
Costumavam parar nos oásis para obter água, sombra e descansar. Utilizavam o camelo como principal meio de transporte, graças a resistência deste animal e de sua adaptação ao meio desértico.
Durante as viagens, os bérberes levavam e traziam informações e aspectos culturais. Logo, eles foram de extrema importância para a troca cultural que ocorreu no norte do continente.
Os bantos
Este povo habitava o noroeste do continente, onde atualmente são os países Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões. Ao contrário dos bérberes, os bantos eram agricultores. Viviam também da caça e da pesca.
Conheciam a metalurgia, fato que deu grande vantagem a este povo na conquista de povos vizinhos. Chegaram a formar um grande reino ( reino do Congo ) que dominava grande parte do noroeste do continente. 
Viviam em aldeias que era comandada por um chefe. O rei banto, também conhecido como manicongo, cobrava impostos em forma de mercadorias e alimentos de todas as tribos que formavam seu reino.
O manicongo gastava parte do que arrecadava com os impostos para manter um exército particular, que garantia sua proteção, e funcionários reais. Os habitantes do reino acreditavam que o maniconco possuía poderes sagrados e que influenciava nas colheitas, guerras e saúde do povo.
Os soninkés e o Império de Gana

Os soninkés habitavam a região ao sul do deserto do Saara. Este povo estava organizado em tribos que constituíam um grande império. Este império era comandado por reis conhecidos como caia-maga.
Viviam da criação de animais, da agricultura e da pesca. Habitavam uma região com grandes reservas de ouro. Extraíam o ouro para trocar por outros produtos com os povos do deserto (bérberes).  A região de Gana, tornou-se com o tempo, uma área de intenso comércio.
Os habitantes do império deviam pagar impostos para a nobreza, que era formada pelo caia-maga, seus parentes e amigos. Um exército poderoso fazia a proteção das terras e do comércio que era praticado na região. Além de pagar impostos, as aldeias deviam contribuir com soldados e lavradores, que trabalhavam nas terras da nobreza.

Os bantos formam um grupo étnico africano que habitam a região da África ao sul do Deserto do Saara. A maioria dos mais de 300 subgrupos étnicos é formada por agricultores, que vivem também da pesca e da caça. Estes subgrupos possuem em comum a família linguística banta.

                                             História dos bantos

Conhecem a metalurgia desde muito tempo, fato que deu grande vantagem a este povo na conquista de povos vizinhos. Os bantos chegaram a constituir o Reino do Congo, que envolvia grande parte do noroeste do continente africano.

No passado, os bantos viveram em aldeias que eram governadas por um chefe. O rei banto, também conhecido como manicongo, recolhia impostos em forma de objetos, mercadorias e alimentos de todas as tribos que constituíam seu reino.

As pessoas que habitavam o reino acreditavam que o maniconco tinha poderes sagrados e que podia influenciar nas colheitas, guerras e saúde do povo.

Principais línguas bantas:

- Lingala
- Luganda
- Quicongo
- Cinianja
- Xichona
- Ndebele
- Zulu
- Suazi
- Xhosa

Os bantos (grafados ainda bantu) constituem um grupo etnolinguístico localizado principalmente na África subsariana que engloba cerca de 400 subgrupos étnicos diferentes. A unidade deste grupo, contudo, aparece de maneira mais clara no âmbito linguístico, uma vez que essas centenas de subgrupos têm como língua materna uma língua da família banta.

Localização

Estendem-se desde os Camarões até à África do Sul e ao oceano Índico, e pertencem à mesma família linguística, a das línguas bantas, e partilham em muitos casos costumes comuns.
Os negros da África do Sul foram às vezes chamados oficialmente "bantos" pelo regime do apartheid
Continente Africano
Informações e dados sobre a Continente Africano, economia, relevo, geografia, países,
mapa, rios, vegetação, religiões, problemas afriancos
Mapa do Continente Africano Mapa do Continente Africano (clique para ampliar)
 
Introdução 
A África é um  continente com, aproximadamente, 30,27 milhões de quilômetros quadrados de terras. Estas se localizam parte no hemisfério norte e parte no sul. Ao norte é banhado pelo mar Mediterrâneo; ao leste pelas águas do Oceano Índico e a oeste pelo Oceano Atlântico. O Sul do continente africano é banhado pelo encontro das águas destes dois oceanos.
Informações importantes sobre o Continente Africano: 
- A África é o segundo continente mais populoso do mundo (fica atrás somente da Ásia). Possui, aproximadamente, 800 milhões de habitantes.
- É um continente basicamente agrário, pois cerca de 63% da população habitam o meio rural, enquanto somente 37 % moram em cidades.
- No geral, é um continente pobre e subdesenvolvido, apresentando baixos índices de desenvolvimento econômico. A renda per capita, por exemplo, é de, aproximadamente, US$ 800,00. O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde a apenas 1% do PIB mundial. Grande parte dos países possui parques industriais pouco desenvolvidos, enquanto outros nem se quer são industrializados, vivendo basicamente da agricultura.
- O principal bloco econômico africano é o SADC (Southern Africa Development Community), formado por 14 países: África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malaui, Maurícia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.
- Além da agricultura, destaca-se a exploração de recursos minerais como, por exemplo, ouro e diamante. Esta exploração gera pouca renda para os países, pois é feita por empresas multinacionais estrangeiras, principalmente da Europa.
- Os países africanos que possuem um nível de desenvolvimento um pouco melhor do que a média do continente são: África do Sul, Egito, Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia.
- Os principais problemas africanos são: fome, epidemias (a AIDS é a principal) e os conflitos étnicos armados (alguns países vivem em processo de guerra civil).
- Os índices sociais africanos também não são bons. O analfabetismo, por exemplo, é de aproximadamente 40%. 
- As religiões mais presentes no continente são: muçulmana (cerca de 40%) e católica romana (15%). Existem também seguidores de diversos cultos africanos.
- As línguas mais faladas no continente são: inglês, francês, árabe, português e as línguas africanas.
Geografia da África:
- Principais rios: Nilo, Níger, Congo, Limpopo, Zambese e Orange.
- Clima:
Clima Mediterrâneo (chuvas na primavera e outono) no norte e sul; Clima Equatorial (quente e úmido) no centro.
- Relevo: Monte Atlas (norte), Planalto Centro-Africano (região central), Grande Vale do Rift com altas montanhas e depressões (leste). Na região norte destaca-se o
Deserto do Saara.
- Cidades mais populosas:
Cairo (Egito), Lagos (Nigéria), Kinshasa (R. D. do Congo), Cartum (Sudão), Johanesburgo (África do Sul) e Gizé (Egito).
- Países que fazem parte do continente africano: Angola, Argélia, Botswana ,Camarões, Lesoto , Madagascar, Malawi, Maurícia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia, Zimbábue, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Chade, Congo, Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Camarões, Costa do Marfim, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa, São Tomé e Príncipe, Togo,  Egito, Líbia, Marrocos, Saara Ocidental, Sudão, Tunísia, Burundi, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quênia, Ruanda, Seychelles, Somália, Tanzânia, e Uganda.
Os habitantes originais de Angola foram caçadores Khoisan, dispersos e pouco numerosos. A expansão dos povos Bantu, vindos do Norte a partir do século X a.C, forçou os Khoisan a recuar para o Sul onde grupos residuais existem até hoje, em Angola (ver mapa étnico), na Namíbia e no Botsuana.
Os bantus eram agricultores e caçadores. Sua expansão se deu em grupos menores, que se relocalizaram de acordo com as circunstâncias político-económicas. Entre os séculos XIV e XVII, uma série de reinos foi estabelecida, sendo o principal o Reino do Congo que abrangeu o Noroeste da Angola de hoje e uma faixa adjacente da hoje República Democrática do Congo, da República do Congo e do Gabão; a sua capital situava-se em M'Banza Kongo e o seu apogeu se deu durante os séculos XIII e XIV. Outro reino importante foi o Reino do Ndongo, constituído naquela altura a Sul/Sudeste do Reino do Congo. No Nordeste da Angola actual, mas com o seu centro no Sul da actual República Democrática do Congo, constituiu-se, sem contacto com os reinos atrás referidos, o Reino da Lunda[nota 1].
Em 1482 chegou na foz do Rio Congo uma frota portuguesa, comandada pelo navegador Diogo Cão que de imediato estabeleceu relações com o Reino do Congo. Este foi o primeiro contacto de europeus com habitantes do território hoje abrangido por Angola, determinante para o futuro deste território e das suas populações.

[editar]Presença colonial no litoral, séc. XVI a XIX

Ilustração da rainha Nzinga em negociações de Paz com ogovernador português em Luandaem 1657.
A partir do fim do século XV, Portugal seguiu na região uma dupla estratégia. Por um lado, marcou continuamente presença no Reino do Congo, por intermédio de (sempre poucos mas influentes) padres cultos (portugueses e italianos) que promoveram uma lenta cristianização e introduziram elementos da cultura europeia.
Por outro lado estabeleceu em 1575 uma feitoria em Luanda, num ponto de fácil acesso do mar e a proximidade dos reinos do Congo e de Ndongo. Gradualmente tomaram o controle, através de uma série de tratados e guerras, de uma faixa que se estendeu de Luanda em direcção ao Reino do Ndongo. Este território, de uma dimensão ainda bastante limitada, passou mais tarde a ser designado como Angola. Por intermédio principalmente do Reino do Ndongo e do Reino da Matamba, Luanda desenvolveu um tráfico de escravos com destino a Portugal, ao Brasil e à América Central que passou a constituir a sua base económica. Os holandeses ocuparam a Angola entre 1641 e 1648 e procuraram estabelecer alianças com os estados africanos da região. Em 1648, Portugal retomou Luanda e iniciou um processo de conquista militar os estados do Congo e Ndongo e terminou com a vitória dos portugueses em 1671, redundando num controle sobre aqueles reinos[5].
Entretanto, Portugal tinha tentado estender a sua presença no litoral em direcção ao Sul. 1657 estabeleceu uma povoação perto da actual cidade de Porto Amboim, transferida em 1617 para a actual Benguela onde se tornou numa segunda feitoria, independente da de Luanda. Benguela assumiu aos poucos o controle sobre um pequeno território e norte e leste, e iniciou por sua vez um tráfego de escravos, com a ajuda de intermediários africanos radicados no Planalto Central da Angola de hoje.

[editar]Penetração colonial do interior, séc. XVIII e XIX

Embora tenha, desde o início da sua presença em Luanda e Benguela, havido ocasionais incursões dos portugueses para lá dos pequenos territórios sob o seu controle, esforços sérios de penetração no interior apenas começaram nas primeiras décadas do séc. XIX, abrandado em meados daquele século, mas recomeçando com mais vigor nas suas últimas décadas[6]. Estes avanços eram em parte militares, visando o estabelecimento de um domínio duradouro sobre determinadas regiões, e tiveram geralmente que vencer, pelas armas, uma resistência maior ou menor das respectivas populações[7]. Em outros casos tratou-se, no entanto, apenas de criar postos avançados destinados a facilitar a extensão de redes comerciais. Finalmente, houve neste século a implantação das primeiras missões católicas para lá dos perímetros controlados por Luanda e Benguela[8]. No momento em que se realizou em 1884/85 a Conferência de Berlim, destinada a acertar a distribuição de África entre as potências coloniais, Portugal pode portanto fazer valer uma presença secular em dois pontos do litoral, e uma presença mais recente (administrativa/militar, comercial, missionária) numa série de pontos do interior, mas estava muito longe de uma "ocupação efectiva" do território hoje abrangido por Angola[nota 2].

[editar]Ocupação sistemática do território, séc. XIX e XX

Perante a ameaça das outras potências coloniais, de se apropriarem partes do território reclamada por Portugal, este país iniciou finalmente, na sequência da Conferência de Berlim, um esforço que visava a ocupação de todo o território da Angola actual. Dados os seus recursos limitados, os progressos neste sentido foram, no entanto lentos: ainda em 1906, apenas 5% a 6% do território pretendido podiam com alguma razão ser considerados como "efectivamente ocupados"[10]. Só depois do advento da República em Portugal, em 1910, a expansão do Estado colonial avançou de forma mais consequente. Em meados dos anos 1926 estava alcançado um domínio integral do território, muito embora houvesse ainda em 1941 um breve surto de "resistência primária", da parte da etnia Vakuval[nota 3]. Embora lento, este esforço de ocupação não deixou, porém, de provocar novas dinâmicas sociais, económicas e políticas[nota 4].

[editar]Dominação colonial e luta anticolonial, 1926 a 1974

Escudo de Armas (1951-1975)
Alcançada a desejada "ocupação efectiva", Portugal - melhor dito: o regime ditatorial entretanto instaurada naquele país por António de Oliveira Salazar - concentrou-se em Angola na consolidação do Estado colonial. Esta meta foi atingida com alguma eficácia. Num lapso de tempo relativamente curto foi edificada uma máquina administrativa dotada de uma capacidade não sem falhas, mas sem dúvida significativa de controle e de gestão. Esta garantiu o funcionamento de uma economia assente em dois pilares: o de uma imigração portuguesa que, em poucas décadas, fez subir a população europeia para mais de 100,000, com uma forte componente empresarial, e o de uma população africana sem direito à cidadania, na sua maioria remetida para uma pequena agricultura orientada para os produtos exigidos pelo colonizador (café, milho, sisal), pagando impostos e taxas de vária ordem, e muitas vezes obrigada, por circunstâncias económicas e/ou pressão administrativa, a aceitar trabalhos assalariados geralmente mal pagos[nota 5].
Nos anos 1950 começou a articular-se uma resistência multifacetada contra a dominação colonial, impulsionada pela descolonização que se havia iniciado no continente africano, depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Esta resistência, que visava a transformação da colónia de Angola em país independente, desembocou a partir de 1961 num combate armado contra Portugal que teve três principais protagonistas:
§                     o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), cuja principal base social eram os Ambundu e a população mestiça bem como partes da inteligência branca, e que tinha laços com partidos comunistas em Portugal e países pertencentes ao então Pacto de Varsóvia;
§                     a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com fortes raízes sociais entre os Bakongo e vínculos com o governo dos Estados Unidos e ao regime de Mobutu Sese Seko no Zaire, entre outros;
§                     a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), socialmente enraizada entre os Ovimbundu e beneficiária de algum apoio por parte da China[nota 6].
Logo depois do início do conflito armado, uma "ala liberal" no seio da política portuguesa impôs uma reorientação incisiva da política colonial. Revogando já em 1962 o Estatuto do Indigenato e outras disposições discriminatórias, Portugal concedeu direitos de cidadão a todos os habitantes de Angola[nota 7] que de "colónia" passou a "província" e mais tarde a "Estado de Angola". Ao mesmo tempo expandiu enormemente o sistema de ensino, dando assim à população negra possibilidades inteiramente novas de mobilidade social - pela escolarização e a seguir por empregos na função pública e na economia privada[nota 8]. A finalidade desta reorientação foi a de ganhar "mentes e corações" das populações angolanas para o modelo de uma Angola multi-racial que continuasse a fazer parte de Portugal, o ficar estreitamente ligado à "Metrópole".
Esta opção foi, no entanto, rejeitada pelos três movimentos de libertação que continuaram a sua luta. Nesta começaram, porém, a registar-se mais retrocessos do que progressos, e nos primeiros anos 1970 as hipóteses de conseguir a independência pelas armas tornaram-se muito fracas. Na maior parte do território a vida continuou com a normalidade colonial. É certo que houve uma série de medidas de segurança, das quais algumas - como controles de circulação, ou o estabelecimento de "aldeias concentradas" em zonas como o Planalto Central. no Kwanza-Norte e no Kwanza-Sul[nota 9] - afectaram a população em grau maior ou menor.
A situação alterou-se completamente quando em Abril de 1974 aconteceu em Portugal a Revolução dos Cravos, um golpe militar que pôs fim à ditadura em Portugal. Os novos detentores do poder proclamaram de imediato a sua intenção de permitir sem demora o acesso das colónias portuguesas à independência.
Em Angola, esta nova perspectiva levou a uma acirrada luta armada entre os três movimentos e os seus aliados: a FNLA entrou em Angola com um exército regular, treinado e equipado pelas forças armadas do Zaire, com o apoio dos EUA; o MPLA conseguiu mobilizar rapidamente a intervenção de milhares de soldados cubanos, com o apoio logístico da União Soviética; a UNITA obteve o apoio das forças armadas do regime de apartheid então reinante na África do Sul.
No dia 11 de Março de 1975 o MPLA proclamou a independência em Luanda, e FNLA & UNITA, em conjunto, no Huambo.

[editar]Angola independente, desde 1975

Com a independência de Angola começaram dois processos que se condicionaram mutuamente.
Por um lado, o MPLA - que em 1977 adoptou o marxismo-leninismo como doutrina - estabeleceu um regime político e económico inspirado pelo modelo então em vigor nos países do "bloco socialista", portanto monopartidário e baseado numa economia estatal, de planificação central. Enquanto a componente política deste regime chegou a funcionar dentro dos moldes postulados, embora com um rigor algo menos do que em certos países "socialistas" da Europa, a componente económica foi fortemente prejudicada pela luta armada e no fundo só se sustentou graças ao petróleo cuja exploração o regime confiou a companhias petrolíferas americanas.
Por outro lado, iniciou-se logo depois da declaração da independência a Guerra Civil Angolana entre os três movimentos, uma vez que a FNLA e, sobretudo, a UNITA não se conformaram nem com a sua derrota militar nem com a sua exclusão do sistema político. Esta guerra durou até 2002 e terminou com a morte, em combate, do líder histórico da UNITA, Jonas Savimbi. Assumindo raramente o carácter de uma guerra "regular", ela consistiu no essencial de uma guerra de guerrilha que nos anos 1990 envolveu praticamente o país inteiro[nota 10]. Ela custou milhares de mortos e feridos e destruições de vulto em aldeias, cidades e infraestruturas (estradas, caminhos de ferro, pontes). Uma parte considerável da população rural, especialmente a do Planalto Central e de algumas regiões do Leste, fugiu para as cidades ou para outras regiões, inclusive países vizinhos.
No fim dos anos 1990, o MPLA decidiu abandonar a doutrina marxista-leninista e mudar o regime para um sistema de democracia multipartidária e uma economia de mercado. UNITA e FNLA aceitaram participar no regime novo e concorreram às primeiras eleições realizadas em Angola, em 1992, das quais o MPLA saiu como vencedor. Não aceitando os resultados destas eleições, a UNITA retomou de imediato a guerra, mas participou ao mesmo tempo no sistema político.
Logo a seguir a morte do seu líder histórico, a UNITA abandonou as armas, sendo os seus militares desmobilizados ou integrados nas Forças Armadas Angolanas. Tal como a FNLA, passou a concentrar-se na participação, como partido, no parlamento e outras instâncias políticas. Na situação de paz, depois de quatro décadas de conflito armado, começou a reconstrução do país e, graças a um notável crescimento da economia, um desenvolvimento globalmente bastante acentuado, mas por enquanto com fortes disparidades regionais e desigualdades sociais. A paz está também a favorecer a consolidação de uma identidade social abrangente, "nacional", que começou a formar-se a partir dos anos 1950.

[editar]Geografia

Ver artigo principal: Geografia de Angola
Angola situa-se na costa atlântica Sul da África Ocidental, entre a Namíbia e o Congo. Também faz fronteira com a República Democrática do Congo e aZâmbia, a oriente. O país está dividido entre uma faixa costeira árida, que se estende desde a Namíbia chegando praticamente até Luanda, um planalto interior húmido, uma savana seca no interior sul e sudeste, e floresta tropical no norte e em Cabinda. O rio Zambeze e vários afluentes do rio Congo têm as suas nascentes em Angola. A faixa costeira é temperada pela corrente fria de Benguela, originando um clima semelhante ao da costa do Peru ou da Baixa Califórnia. Existe uma estação das chuvas curta, que vai de Fevereiro a Abril. Os Verões são quentes e secos, os Invernos são temperados. As terras altas do interior têm um clima suave com uma estação das chuvas de Novembro a Abril, seguida por uma estação seca, mais fria, de Maio a Outubro. As altitudes variam bastante, encontrando-se as zonas mais interiores entre os 1 000 e os 2 000 metros. As regiões do norte e Cabinda têm chuvas ao longo de quase todo o ano. A maioria dos rios de Angola nasce no planalto do Bié, os principais são: o Kwanza, o Cuango, o Cuando, o Cubango e o Cunene[nota 11].

[editar]Pontos extremos

§     Norte: ponto sem nome na fronteira com a República do Congo (a norte da localidade de Caio Bemba, província de Cabinda)
§     Norte (sem contar com Cabinda): ponto na fronteira com a República Democrática do Congo a noroeste da localidade de Luvo, província do Zaire
§     Este: secção de rio na fronteira com a Zâmbia (a norte da localidade de Sapeta na Zâmbia), província do Moxico
§     Sul: ponto do rio Cunene na fronteira com a Namíbia (imediatamente a norte da localidade de Andara, Caprivi, Namíbia), província do Cuando Cubango
§     Oeste: ilha da Baía dos Tigres, província do Namibe
§     Oeste (continental): península a oeste de Tômbua (Porto Alexandre), província do Namibe
§     Maior altitude: Morro de Moco (2 620 m) 12° 28′ S 15° 11′ E
§     Menor altitude: Oceano Atlântico (0 m)

[editar]Clima

Pôr-do-sol numa praia da província deNamibe.
Angola, apesar de se localizar numa zona tropical tem um clima que não é caracterizado para essa região, devido à confluência de três factores:
§     A Corrente de Benguela, fria, ao longo da parte sul da costa.
§     O relevo no interior.
§     Influência do Deserto do Namibe, a sudeste.
Em consequência, o clima de Angola é caracterizado por duas estações, a das chuvas, de Outubro a Abril e a seca, conhecida por Cacimbo, de Maio a Agosto, mais seca, como o nome indica, e com temperaturas mais baixas. Por outro lado, enquanto a orla costeira apresenta elevados índices de pluviosidade, que vão decrescendo de Norte para Sul, e dos 800 mm para os 50 mm, com temperaturas médias anuais acima dos 23 °C, a zona do interior, pode ser dividida em 3 áreas:
§     Norte, com grande pluviosidade e temperaturas altas.
§     Planalto Central, com uma estação seca e temperaturas médias da ordem dos 19 °C.
§     Sul com amplitudes térmicas bastante acentuadas devido à proximidade do deserto do Kalahari e à influência de massas de ar tropical.

[editar]Demografia [nota 12]

Ver artigo principal: Demografia de Angola

[editar]Estrutura social

Mapa étnico de Angola em 1970
Os habitantes de Angola são de diferentes raças e etnias, com as seguintes percentagens aproximativas:[11]
§         Bantus: 95% - Ovimbundu (37%), Ambundu (25%), Bakongo (13%), Ovambo/Nyaneka-Nkhumbi / Herero / Côkwe / Ganguela / Xindonga (20%)[nota 13]
§         Mulatos, em Angola chamados mestiços: 2%
§         Caucasianos: 2% [nota 14]
§         Outros: 1% [nota 15]
Os principais centros urbanos, além da capital Luanda, são o Lobito, Benguela, Huambo (antiga Nova Lisboa) e Lubango (antiga Sá da Bandeira). Apesar da riqueza do país em matérias-primas, grande parte da sua população vive em condições de pobreza relativa[nota 16].
Indicadores demográficos
§         População urbana: 57%
§         Crescimento demográfico: (2005 - 2010): 2,81%
§         Taxa de fecundidade (2006): 6,54
§         Taxa de natalidade (2002): 46 por mil
§         Taxa de mortalidade (2002): 25,8 por mil
§         Taxa de mortalidade infantil (est. 2006): 131,9/mil nascidos vivos (192º)
§         Expectativa de vida: 42,7 anos (190º)
§ homem: 41,2 anos
§ mulher: 44,3
§         Estrutura por idade (2002):
§ menores de 15 anos: 47,7%
§ de 16 a 59 anos: 47,9%
§ maiores de 60 anos: 4,4%
Os indicadores acima apontam para uma grande complexidade dos tecidos sociais em Angola que, no entanto, está até à data relativamente mal estudada. Desde meados do século passado, estão manifestos processos de estratificação social e mesmo de formação de classes sociais, mas os trabalhos até hoje apresentados sobre este aspecto são pouco satisfatórios. Ainda menos investigado está a relação das estruturas sociais com as identidades sociais étnicas e raciais[nota 17].

Cidades mais populosas de Angola
ver  editar

1
2 776 125
11
66 020
2
226 177
12
60 008
3
207 957
13
54 657
4
151 235
14
40 198
5
125 751
15
33 278
6
113 624
16
30 305
7
102 541
17
29 151
8
87 047
18
28 229
9
80 150
19
24 350
10
67 553
20
24 220

[editar]Religião

Em Angola existem actualmente cerca de 1000 religiões organizadas em igrejas ou formas análogas[14]. Dados fiáveis quanto aos números dos fiéis não existem, mas a grande maioria dos angolanos adere a uma religião cristã ou inspirada pelo cristianismo[15]. Cerca da metade da população está ligada à Igreja Católica, cerca da quarta parte a uma das igrejas protestantes introduzidas durante o período colonial: as baptistas, enraizadas principalmente entre os bakongo, as metodistas, concentradas na área dos ambundu, e as episcopais/congregacionais, implantadas entre os ovimbundu, para além de comunidades mais reduzidas de protestantes reformados e luteranos. A estes há de acrescentar os adventistas, os neo-apostólicos e um grande número de igrejas pentecostais, algumas das quais com forte influência brasileira[nota 18]. Há, finalmente, duas igrejas do tipo sincrético, os kimbanguistas com origem no Congo-Kinshasa, e os tocoistas que se constituíram em Angola, ambas com comunidades de dimensão bastante limitada. É significativa, mas não passível de quantificação, a proporção de pessoas sem religião. Os praticantes de religiões tradicionais africanas constituem uma pequena minoria, de carácter residual. Há apenas 1 a 2% de muçulmanos, quase todos imigrados de outros países (p.ex. da África Ocidental), cuja diversidade não permite que constituam uma comunidade, apesar de serem todos sunitas{{Nota de rodapé|A Arábia Saudita anunciou recentemente que irá construir em Luanda uma universidade, o que está a ser visto como um esforço para promover o islão em Angola[16]. Uma parte crescente da população urbana não tem ou não pratica qualquer religião, o que se deve menos à influência do Marxismo-Leninismo oficialmente professado nas primeira fase pós-colonial, e mais à tendência internacional no sentido de uma secularização. Em contrapartida, a experiência com a Guerra Civil Angolana e com a pobreza acentuada levaram muitas pessoas a uma maior intensidade da sua fé e prática religiosa, ou então a uma adesão a igrejas novas onde o fervor religioso é maior.

[editar]Línguas

Ver artigos principais: Línguas de Angola e Português de Angola.
O português é a única língua oficial de Angola[nota 19]. Para além de numerosos dialectos, Angola possui várias línguas nacionais. A língua com mais falantes em Angola, depois do português, é oumbundo, falado na região centro-sul de Angola e em muitos meios urbanos. É língua materna de 26% dos angolanos.[17]
O kimbundo (ou quimbundu) é a terceira língua nacional mais falada (20%)[17], com incidência particular na zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje e no Kwanza Sul. É uma língua com grande relevância, por ser a língua da capital e do antigo reino dos N'gola. Foi esta língua que deu muitos vocábulos à língua portuguesa e vice-versa. O kikongo (ou quicongo) falado no norte, (Uíge e Zaire) tem diversos dialectos. Era a língua do antigo Reino do Kongo, e com a migração pós-colonial dos Bakongo para o Sul esta tem hoje uma presença significativa também em Luanda[nota 20]. Ainda nesta região, na província de Cabinda, fala-se o fiote ou ibinda. O chocué (ou tchokwe) é a língua do leste, por excelência. Tem-se sobreposto a outras da zona leste e é, sem dúvida, a que teve maior expansão pelo território da actual Angola, desde a Lunda Norte ao Cuando-Cubango. Kwanyama (Cuanhama ou oxikwanyama), nhaneca (ou nyaneca) e sobre tudo o umbundo são outras línguas de origem bantu faladas em Angola. No sul de Angola são ainda faladas outras línguas do grupo khoisan, faladas por pequenos grupos de san, também chamados bosquímanos.
Embora as línguas nacionais sejam as línguas maternas da maioria da população, o português é a primeira língua de 30% da população angolana — proporção que se apresenta muito superior nacapital do país —, enquanto 60% dos angolanos afirmam usá-la como primeira ou segunda língua[18][19].

[editar]Política

Coat of arms of Angola.svg
Este artigo faz parte de uma série

História pré-colonial
(Pré história-1575)
Reino do Congo (1395–1914)
Colonização (1575-1648) Flag Portugal (1578).svg
Rainha N'Zinga (1621-63)
Reconquista (1644-48)
Período colonial (1648-1974) Flag Portugal (1578).svg
Angola‎ colonial (1648-1951)
Independência Flag of Angola.svg
Guerra Civil (1975-2002)
Fraccionismo (1977)
Angolagate (1994)
Angola do pós-guerra
(2003-actualidade)
Ver também

Ver artigo principal: Política de Angola
O regime político vigente em Angola é o presidencialismo, em que o Presidente da República é igualmente chefe do Governo, que tem ainda poderes legislativos. O ramo executivo do governo é composto pelo presidente (actualmente José Eduardo dos Santos), pelo vice-presidente (Fernando da Piedade Dias dos Santos, desde Janeiro de 2010, quando foi aprovada novaConstituição) e pelo Conselho de Ministros.
Os governadores das 18 províncias são nomeados pelo presidente e executam as suas directivas. A Lei Constitucional de 1992estabelece as linhas gerais da estrutura do governo e enquadra os direitos e deveres dos cidadãos. O sistema legal baseia-se no português e na lei do costume, mas é fraco e fragmentado. Existem tribunais só em 12 dos mais de 140 municípios do país. Um Supremo Tribunal serve como tribunal de apelação. O Tribunal Constitucional é o órgão supremo da jurisdição constitucional, teve a sua Lei Orgânica aprovada pela Lei n.° 2/08, de 17 de Junho, e a sua primeira tarefa foi a validação das candidaturas dos partidos políticos às eleições legislativas de 5 de Setembro de 2008.
A guerra civil de 27 anos causou grandes danos às instituições políticas e sociais do país. As Nações Unidas estimam em 1,8 milhões o número de pessoas internamente deslocadas, enquanto que o número mais aceite entre as pessoas afectadas pela guerra atinge os 4 milhões. As condições de vida quotidiana em todo o país e especialmente em Luanda (que tem uma população de cerca de 4 milhões, embora algumas estimativas não oficiais apontem para um número muito superior) espelham o colapso das infra-estruturas administrativas bem como de muitas instituições sociais. A grave situação económica do país inviabiliza um apoio governamental efectivo a muitas instituições sociais. Há hospitais sem medicamentos ou equipamentos básicos, há escolas que não têm livros e é frequente que os funcionários públicos não tenham à disposição aquilo de que necessitam para o seu trabalho.
Em 5 e 6 de Setembro de 2008 foram realizadas eleições legislativas, as primeiras eleições desde 1992. As eleições decorreram sem sobressaltos e foram consideradas válidas pela comunidade internacional, não sem antes diversas ONG e observadores internacionais terem denunciado algumas irregularidades. O MPLA obteve mais de 80% dos votos, a UNITA cerca de 10%, sendo os restantes votos distribuídos por uma série de pequenos partidos, dos quais apenas um (PRS, regional da Lunda) conseguiu eleger um deputado. O MPLA pode portanto neste momento governar com uma esmagadora maioria.
De acordo com a nova Constituição, aprovada em Janeiro de 2010, passam a não se realizar eleições presidenciais, sendo o Presidente e o Vice-presidente os cabeças-de-lista do partido que tiver a maioria nas eleições legislativas[20][21]. A nova constituição tem sido criticada por não consolidar a democracia e usar os símbolos do MPLA como símbolos nacionais[22][23][nota 21].
Em Angola, e mais especialmente em Luanda, a estrutura e as práticas do regime político criaram um clima de descontentamento que, por enquanto, tem pouca expressão pública, não apenas por receio, mas também por falta de mecanismos de articulação credíveis[nota 22].
Aspectos que merecem uma atenção especial são os decorrentes das políticas chamadas de descentralização e desconcentração, adoptadas nos últimos anos, e que remetem para a necessidade de analisar a realidade política a nível regional (sobe tudo provincial) e local[nota 23].

[editar]Subdivisões

Ver artigo principal: Subdivisões de Angola
Angola tem a sua divisão administrativa composta por 18 províncias (listadas abaixo). A divisão administrativa do território mais pequena é o bairro na cidade, enquanto que nos meios rurais é a povoação.
1.      Bengo
2.      Benguela
3.      Bié
4.      Cabinda
5.      Kuando-Kubango
6.      Kwanza-Norte
7.      Kwanza-Sul
8.      Cunene
9.      Huambo
10.  Huíla
11.  Luanda
13.  Lunda-Sul
14.  Malanje
15.  Moxico
16.  Namibe
17.  Uíge
18.  Zaire
Mapa das subdivisões de Angola.
As províncias estão divididas em municípios, que por sua vez se subdividem em comunas.

[editar]Economia

Ver artigo principal: Economia de Angola
O centro da capital de Angola, Luanda.
A economia de Angola caracterizava-se, até à década de 1970, por ser predominantemente agrícola, sendo o café sua principal cultura. Seguiam-se-lhecana-de-açúcar, sisal, milho, óleo de coco e amendoim. Entre as culturas comerciais, destacavam-se o algodão, o tabaco e a borracha. A produção debatata, arroz, cacau e banana era relativamente importante. Os maiores rebanhos eram de gado bovino, caprino e suíno.
Angola é rica em minerais, especialmente diamantes, petróleo e minério de ferro; possui também jazidas de cobre, manganésio, fosfatos, sal, mica,chumbo, estanho, ouro, prata e platina. As minas de diamante estão localizadas perto de Dundo, no distrito de Lunda. Importantes jazidas de petróleo foram descobertas em 1966, ao largo de Cabinda, e mais tarde ao largo da costa até Luanda, tornando Angola num dos importantes países produtores de petróleo, com um desenvolvimento económico possibilitado e dominado por esta actividade. Em 1975 foram localizados depósitos de urânio perto da fronteira com aNamíbia.
As principais indústrias do território são as de beneficiamento de oleaginosas, cereais, carnes, algodão e tabaco. Merece destaque, também, a produção deaçúcar, cerveja, cimento e madeira, além do refino de petróleo. Entre as indústrias destacam-se as de pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço. O parque fabril é alimentado por cinco usinas hidroeléctricas, que dispõem de um potencial energético superior ao consumo.
O sistema ferroviário de Angola compõe-se de cinco linhas que ligam o litoral ao interior. A mais importante delas é a estrada de ferro de Benguela, que faz a conexão com as linhas de Catanga, na fronteira com o Zaire. A rede rodoviária, em sua maioria constituída de estradas de segunda classe, liga as principais cidades. Os portos mais movimentados são os de Luanda, Lobito, Benguela,Namibe e Cabinda. O aeroporto de Luanda é o centro de linhas aéreas que põem o país em contacto com outras cidades africanas, europeias e americanas.
Um problema estrutural sério da economia angolana é a desigualdade muito marcada entre as diferentes regiões, em parte causadas pela guerra civil prolongada. O dado mais eloquente é a concentração de cerca de um terço da actividade económica em Luanda e na província contígua do Bengo, enqu

Sem comentários:

Enviar um comentário