quarta-feira, 16 de março de 2011

Historia de Angola




A história de Angola encontra-se documentada do ponto de vista arqueológico desde o Paleolítico. Este país da África Austral foi uma colónia portuguesa até 11 de Novembro de 1975, quando acedeu à independência na sequência duma guerra de libertação.


Pré-História e Proto-História

Na Lunda, no Zaire e no Cuangar foram encontrados instrumentos de pedra e outros, dos homens do Paleolítico. No Deserto do Namibe forem encontradas gravuras rupestres nas rochas. Trata-se das gravuras do Tchitundu-Hulo atribuídas aos antepassados dos khoisan.
Expansão bantu
Nos primeiros 500 anos da era actual, os povos bantu da África Central, que já dominaram a siderurgia do ferro, iniciaram uma série de migrações para leste e para sul, a que se chamou a expansão bantu.
Um desses povos veio-se aproximando do Rio Congo (ou Zaire), acabando por atravessá-lo já no século XIII e instalar-se no actual Nordeste de Angola. Era o povo quicongo (ou kikongo).
Outra migração fixou-se inicialmente na região dos Grandes Lagos Africanos e, no século XVII, deslocou-se para oeste, atravessando o Alto Zambeze até ao Cunene: era o grupo ngangela.
No ano de 1568, entrava um novo grupo pelo norte, os jagas, que combateram os quicongos que os empurraram para sul, para a região de Kassanje.
No século XVI ou mesmo antes, os nhanecas (nyanekas ou vanyanekas) entraram pelo sul de Angola, atravessaram o Cunene e instalaram-se no planalto da Huíla.
No mesmo século XVI, um outro povo abandonava a sua terra na região dos Grandes Lagos, no centro de África, e veio também para as terras angolanas. Eram os hereros (ou ovahelelos), um povo de pastores. Os hereros entraram pelo extremo leste de Angola, atravessaram o planalto do Bié e depois foram-se instalar entre o Deserto do Namibe e a Serra da Chela, no sudoeste angolano.
Já no século XVIII, entraram os ovambos (ou ambós), grandes técnicos na arte de trabalhar o ferro, deixaram a sua região de origem no baixo Cubango e vieram estabelecer-se entre o alto Cubango e o Cunene.
No mesmo século, os quiocos (ou kyokos) abandonaram o Catanga e atravessaram o rio Cassai. Instalaram-se inicialmente na Lunda, no nordeste de Angola, migrando depois para sul.
Finalmente, já no século XIX apareceu o último povo que veio instalar-se em Angola: os cuangares (ou ovakwangali). Estes vieram do Orange, na África do Sul, em 1840, chefiados por Sebituane, e foram-se instalar primeiro no Alto Zambeze. Então chamavam-se macocolos. Do Alto Zambeze alguns passaram para o Cuangar no extremo sudoeste angolano, onde estão hoje, entre os rios Cubango e Cuando.
As guerras entre estes povos eram frequentes. Os migrantes mais tardios eram obrigados a combater os que se estavam estabelecidos para lhes conquistar terras. Para se defenderem, os povos construíam muralhas em volta das sanzalas. Por isso, há em Angola muitas ruínas de antigas muralhas de pedra. Essas muralhas são mais abundantes no planalto do Bié e no planalto da Huíla, onde se encontram, também, túmulos de pedra e galerias de exploração de minério, testemunhos de civilizações mais avançadas do que geralmente se supõe.

A Chegada dos Portugueses

Os portugueses, sob o comando de Diogo Cão, no reinado de D. João II, chegam ao Zaire em 1484. É a partir daqui que se iniciará a conquista pelos portugueses desta região de África, incluindo Angola. O primeiro passo foi estabelecer uma aliança com o Reino do Congo, que dominava toda a região. A sul deste reino existiam dois outros, o de Ndongo e o de Matamba, os quais não tardam a fundir-se, para dar origem ao reino de Angola (c. 1559).
Explorando as rivalidades e conflitos entre estes reinos, na segunda metade do século XVI os portugueses instalam-se na região de Angola. O primeiro governador de Angola, Paulo Dias de Novais, procura delimitar este vasto território e explorar os seus recursos naturais, em particular os escravos. A penetração para o interior é muito limitada. Em 1576 fundam São Paulo da Assunção de Luanda, a actual cidade de Luanda. Angola transforma-se rapidamente no principal mercado abastecedor de escravos das plantações da cana-de-açúcar do Brasil.
Brasão de Angola enquanto colónia
Brasão de Angola enquanto colónia
Durante a ocupação filipina de Portugal (1580-1640), os holandeses procuram desapossar os portugueses desta região, ocupando grande parte do litoral (Benguela, Santo António do Zaire, as barras do Bengo e do Cuanza). Em 1648 os portugueses expulsam os holandeses, para contentamento dos colonos do Brasil.
Ver artigo principal: Reconquista de Angola
Até finais do século XVIII, Angola funciona como um reservatório de escravos para as plantações e minas do Brasil. A ocupação dos portugueses não vai muito mais além das fortalezas da costa.
A colonização efectiva do interior só se inicia no século XIX, após a independência do Brasil (1822) e o fim do tráfico de escravos (1836-42), mas não da escravatura. Esta ocupação trata-se de uma resposta às pretensões de outras potências europeias, como a Inglaterra, a Alemanha e a França, que reclamavam na altura o seu quinhão em África. Diversos tratados são firmados estabelecendo os territórios que a cada uma cabem, de acordo com o seu poder e habilidade negocial.
Uma boa parte destes colonos são presos deportados de Portugal, como o célebre Zé do Telhado. Paralelamente são feitas diversas viagens com objectivos políticos e científicos para o interior do território angolano, tais como: José Rodrigues Graça (1843-1848) - Malanje e Bié; José Brochado - Huambo, Mulando, Cuanhama; Silva Porto - Bié.
Devido à ausência de vias de comunicação terrestes, as campanhas de ocupação do interior são feitas através dos cursos fluviais: Bacia do Cuango (1862), Bacia do Cuanza (1895, 1905 e 1908); Bacia do Cubango (1886-1889, 1902 e 1906); Bacia do Cunene (1906-1907); Bacia do Alto Zambeze (1895-1896); Entre Zeusa e Dande (1872-1907), etc.
As fronteiras de Angola só são definidas em finais do século XIX, sendo a sua extensão muitíssimo maior do que a do território dos ambundos, a cuja língua o termo Angola anda associado.
1900-1960

A colonização de Angola, após a implantação de um regime republicano em Portugal (1910), entra numa nova fase. Os republicanos haviam criticado duramente os governos monárquicos por terem abandonado as colónias. O aspecto mais relevante da sua ação circunscreveu-se à criação de escolas. No plano económico, inicia-se a exploração intensiva de diamantes. A Diamang (Companhia dos Diamantes de Angola) é fundada em 1921, embora operasse desde 1916 na região de Luanda.
O desenvolvimento económico só se inicia de forma sistemática, em finais da década de 1930, quando se incrementa a produção de café, sisal, cana do açúcar, milho e outros produtos. Tratam-se de produtos destinados à exportação.
A exportação da cana do açúcar, em 1914, pouco ultrapassava as 6.749 toneladas. Em 1940 atingia já as 39.433 toneladas exportadas. As fazendas e a indústria concentraram-se à volta das cidades de Luanda e de Benguela.
A exportação de sisal desenvolve-se durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Em 1920, foram exportadas pouco mais que que 62 toneladas , mas em 1941 atingia-se já as 3.888. Dois anos depois, 12.731 toneladas. Em 1973 situavam-se nas 53.499. Estas plantações situavam-se no planalto do Huambo, do Cubal para Leste, nas margens da linha férrea do Dilolo, Bocoio, Balumbo, Luimbale, Lepi, Sambo, mas também no Cuanza norte e Malange.
A exportação de café logo a seguir à segunda guerra mundial, abriu um novo ciclo económico em Angola, que se prolonga até 1972, quando a exploração petrolífera em Cabinda começar a dar os seus resultados. A subida da cotação do café no mercado mundial, a partir de 1950, contribuiu decisivamente para o aumento vertiginoso desta produção. Em 1900, as exportações pouco ultrapassaram as 5.800 toneladas. Em 1930 atingiam as 14.851.Em 1943 subiam para 18.838. A partir daqui o crescimento foi vertiginoso. Em 1968 forma exportadas 182.954 e quatro anos depois, 218.681 toneladas.
Para além destes produtos, desenvolve-se a exploração dos minérios de ferro. Em 1957 funda-se a Companhia Mineira do Lobito, que explorava as minas de Jamba, Cassinga e Txamutete. Exploração que cedeu depois à alemã Krupp.
O desenvolvimento destas explorações, foi acompanhado por vagas de imigrantes incentivados e apoiados muitas vezes pelo próprio Estado. Entre 1941 e 1950, saíram de Portugal cerca de 110 mil imigrantes com destino às colónias, a maioria fixou-se em Angola. O fluxo imigratório prosseguiu nos anos 50 e 60.
Na década de 1940, a questão da descolonização das colónias africanas emerge no plano internacional e torna-se uma questão incontornável. Em 1956 é publicado o primeiro manifesto do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

1961-1974

No princípio dos anos 60, três movimentos de libertação (UPA/FNLA, MPLA e UNITA) desencadearam uma luta armada contra o colonialismo português.
O governo de Portugal (uma ditadura desde 1926), recusou-se a dialogar e prosseguiu na defesa até ao limite do último grande império colonial europeu. Para África foram mobilizados centenas de milhares de soldados. Enquanto durou o conflito armado, Portugal procurou consolidar a sua presença em Angola, promovendo a realização de importantes obras públicas. A produção industrial e agrícola conheceram neste território um desenvolvimento impressionante. A exploração do petróleo de Cabinda iniciou-se em 1968, representando em 1973 cerca de 30% das receitas das exportações desta colónia. Entre 1960 e 1973 a taxa de crescimento do PIB (produto Interno Bruto) de Angola foi de 7% ao ano.
Independência e Guerra Civil

Na sequência do derrube da ditadura em Portugal (25 de abril de 1974), abriram-se perspectivas imediatas para a independência de Angola. O novo governo revolucionário português abriu negociações com os três principais movimentos de libertação (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), o período de transição e o processo de implantação de um regime democrático em Angola (Acordos de Alvor, Janeiro de 1975).
A independência de Angola não foi o início da paz, mas o início de uma nova guerra aberta. Muito antes do Dia da Independência, a 11 de Novembro de 1975, já os três três grupos nacionalistas que tinham combatido o colonialismo português lutavam entre si pelo controlo do país, e em particular da capital, Luanda. Cada um deles era na altura apoiado por potências estrangeiras, dando ao conflito uma dimensão internacional.
A União Soviética e principalmente Cuba apoiavam o MPLA, que controlava a cidade de Luanda e algumas outras regiões da costa, nomeadamente o Lobito e Benguela. Os cubanos não tardaram a desembarcar em Angola (5 de outubro de 1975). A África do Sul apoiava a UNITA e invadiu Angola (9 de Agosto de 1975). O Zaire, que apoiava a FNLA, invadiu também este país, em Julho de 1975. A FNLA contava também com o apoio da China, mercenários portugueses e ingleses mas também com o apoio da África do Sul.
Os EUA, que apoiaram inicialmente apenas a FNLA, não tardaram a ajudar também a UNITA. Neste caso, o apoio manteve-se até 1993. A sua estratégia foi durante muito tempo dividir Angola.
Em Outubro de 1975, o transporte aéreo de quantidades enormes de armas e soldados cubanos, organizado pelos soviéticos, mudou a situação, favorecendo o MPLA. As tropas sul-africanas e zairenses retiraram-se e o MPLA conseguiu formar um governo socialista unipartidário.
O Brasil rapidamente estabeleceu relações diplomáticas com a nova República que se instalara. Fez isso antes mesmo de qualquer país do bloco comunista. Nenhum país ocidental ou mesmo africano seguiu o seu exemplo. A decisão de reconhecer como legítimo o governo de Agostinho Neto foi tomada pelo então presidente Ernesto Geisel ainda em 6 de novembro, antes da data oficial de Independência de Angola.
Já em 1976, as Nações Unidas reconheciam o governo do MPLA como o legítimo representante de Angola, o que não foi seguido nem pelos EUA, nem pela África do Sul.
No meio do caos que Angola se havia tornado, cerca de 300 mil portugueses abandonaram este país entre 1974 e 1976, o que agravou de forma dramática a situação económica.
Em Maio de 1977, um grupo do MPLA encabeçado por Nito Alves, desencadeou um golpe de Estado, que foi afogado num banho de sangue. No final deste ano, o MPLA realizou o seu 1º Congresso, onde se proclamou como sendo um partido marxista-leninista, adoptando o nome de MPLA-Partido do Trabalho.
A guerra continuava a alastrar por todo o território. A UNITA e a FNLA juntaram-se então contra o MPLA. A UNITA começou por ser expulsa do seu quartel-general no Huambo, sendo as suas forças dispersas e impelidas para o mato. Mais tarde, porém, o partido reagrupou-se, iniciando uma guerra longa e devastadora contra o governo do MPLA. A UNITA apresentava-se como sendo anti-marxista e pró-ocidental, mas tinha também raízes regionais, principalmente na população Ovimbundu do sul e centro de Angola.
Agostinho Neto morreu em Moscovo a 10 de setembro de 1979, sucedendo-lhe no cargo o ministro da Planificação, o engenheiro José Eduardo dos Santos.
No início da década de 1980, o número de mortos e refugiados não parou de aumentar. As infra-estruturas do país eram consecutivamente destruídas. Os ataques da África do Sul não páravam. Em agosto de 1981, lançaram a operação "Smokeshell" utilizando 15.000 soldados, blindados e aviões, avançando mais de 200 km na província do Cunene (sul de Angola). O governo da África do Sul justificou a sua acção afirmando que na região estavam instaladas bases dos guerrilheiros da SWAPO, o movimento de libertação da Namíbia. Na realidade tratava-se de uma acção de apoio à UNITA, tendo em vista a criação de uma "zona libertada" sob a sua administração. Estes conflitos só terminaram em Dezembro de 1988, quando em Nova Iorque foi assinado um acordo tripartido (Angola, África do Sul e Cuba) que estabelecia a Independência da Namíbia e a retirada dos cubanos de Angola.
A partir de 1989, com a queda do bloco da ex-União Soviética, sucederam-se em Angola os acordos de paz entre a Unita e o MPLA, seguidos do recomeço das hostilidades. Em Junho de 1989, em Gbadolite (Zaire), a UNITA e o MPLA estabeleceram uma nova trégua. A paz apenas durou dois meses.
Em fins de abril de 1990, o governo de Angola anunciou o reinício das conversações directas com a UNITA, com vista ao estabelecimento do cessar-fogo. No mês seguinte, a UNITA reconhecia oficialmente José Eduardo dos Santos como o Chefe de Estado angolano. O desmoronar da União Soviética acelerou o processo de democratização. No final do ano, o MPLA anunciava a introdução de reformas democráticas no país. A 11 de Maio de 1991, o governo publicou uma lei que autorizava a criação de novos partidos, pondo fim ao monopartidarismo. A 22 de Maio os últimos cubanos sairam de Angola.
Em 31 de maio de 1991, com a mediação de Portugal, EUA, União Soviética e da ONU, celebraram-se os acordos de Bicesse (Estoril), terminando com a guerra civil desde 1975, e marcando as eleições para o ano seguinte.
As eleições de setembro de 1992, deram a vitória ao MPLA (cerca de 50% dos votos). A UNITA (cerca de 40% dos votos) não reconheceu os resultados eleitorais. Quase de imediato sucedeu-se um banho de sangue, reiniciando-se o conflito armado, primeiro em Luanda, maas alastrando-se rapidamente ao restante território.
A UNITA restabeleceu primeiramente a sua capital no Planalto Central com sede no Huambo (antiga Nova Lisboa), no leste e norte diamantífero.
Em 1993, o Conselho de Segurança das Nações Unidas embargou as transferências de armas e petróleo para a UNITA. Tanto o governo como a UNITA acordaram em parar as novas aquisições de armas, mas tudo não passou de palavras.
Em novembro de 1994, celebrou-se o Protocolo de Lusaka, na Zâmbia entre a UNITA e o Governo de Angola (MPLA). A paz parecia mais do que nunca estar perto de ser alcançada. A UNITA usou o acordo de paz de Lusaka para impedir mais perdas territoriais e para fortalecer as suas forças militares. Em 1996 e 1997 adquiriu grandes quantidades de armamentos e combustível, enquanto ia cumprindo, sem pressa, vários dos compromissos que assumira através do Protocolo de Lusaka.
Entretanto o Ocidente passara a apoiar o governo do MPLA, o que marcou o declínio militar e político da UNITA, com este movimento a ter cada vez mais dificuldades em financiar as suas compras militares, perante o avanço no terreno das FAA, e dado o embargo internacional e diplomático a que se viu votada.
Em dezembro de 1998, Angola retornou ao estado de guerra aberta, que só parou em 2002, com a morte de Jonas Savimbi (líder da Unita).
Com a morte do líder histórico da UNITA, este movimento iniciou negociações com o Governo de Angola com vista à deposiçãio das armas, deixando de ser um movimento armado, e assumindo-se como mera força politica.

Guerra Civil Angolana

Designa-se por Guerra Civil Angolana o confronto militar em que o partido no poder MPLA e a UNITA foram os principais intervenientes. A FLEC, uma associação militar separatista lutou pela independência de Cabinda deste 1975 até meados da década de 2000.
A guerra terminou oficialmente no ano 2002, com a morte de Jonas Savimbi com uma estimativa de 500.000 mortos [1][2].
Esta guerra foi um dos conflitos armados mais duradouros da Guerra Fria. As três principais facções envolvidas no conflito foram:

Movimento Popular de Libertação de Angola



Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Bandeira do Movimento Popular de Libertação de Angola, inspiração para a Bandeira de Angola.
O MPLA ou Movimento Popular de Libertação de Angola foi um movimento de luta pela independência de Angola de inspiração comunista e apoiado pela URSS, que se transformou num partido político após a Independência.
A versão oficial refere a fundação do movimento em 1956, mas a data não é pacífica sendo atual a polêmica entre duas correntes históricas, uma que defende a data oficial e outra que aponta 1961 como data real da fundação do MPLA. Entre os finais dos anos de 1950, princípios de 1960 agrupa as principais figuras do nacionalismo angolano, entre estudantes no exterior, sobretudo em Portugal - e lutadores contra o colonialismo que fugiam do interior de Angola. Dirigido por Antônio Agostinho Neto, e tendo como secretário Viriato da Cruz,o MPLA organiza e dirige a luta armada contra o colonialismo. Um outro movimento, a FNLA - Frente Nacional de Libertação de Angola- conduzia também ações de luta. Apesar das tentativas não foi viável o entendimento entre os dois movimentos. Terminada a luta de libertação, na sequência do 25 de Abril em Portugal, é o MPLA quem proclama a independência do país, sem que tivesse acontecido a pacificação interna com a FNLA e a UNITA. O MPLA surge como movimento de tendência Marxista-Leninista. É frequente, numa leitura etno-linguística da política angolana ligar-se o MPLA à região Kimbundo tendo sido, no entanto, dos três principais movimentos angolanos, o que mais aproveitou e incentivou o sentido nacional. À sua direção pertenciam elementos não originários do grupo dominante e o movimento não tinha as conotações tribais e racistas atribuídas aos outros dois. Terá sido aliás a sua composição e o sentido nacional que lhe valeram o apoio maioritário por altura da transição para a independência do país em 1975. O MPLA governou Angola como partido único até à abertura política em 1991. Em 1992 Angola viveu as suas primeiras eleições e foi o MPLA quem as venceu embora essa vitória não tenha sido aceite e o país tenha voltado à guerra. Hoje o MPLA é um partido ex-marxista, politicamente constitui algo entre a social democracia e o socialismo. Angola vê agora prolongado o mandato deste partido majoritário na Assembleia Nacional até que as Nações Unidas considerem criadas as condições para a realização das próximas eleições. Dependendo essas condições da implementação dos acordos assinados entre o governo e a Unita em Lusaka visando o fim da guerra que ainda hoje ameaça o país.
O MPLA dirige Angola desde 1975 até aos dias de hoje.

Política de Angola

Atualmente, o poder político de Angola está concentrado na Presidência. O ramo executivo do governo é composto pelo presidente (atualmente José Eduardo dos Santos) , pelo primeiro-ministro (actualmente Fernando da Piedade Dias dos Santos) e pelo Conselho de Ministros. O Conselho de Ministros, composto por todos os ministros e vice-ministros do governo, reúne-se regularmente para discutir os assuntos políticos do país. Os governadores das 18 províncias são nomeados pelo presidente e executam as suas directivas. A Lei Constitucional de 1992 estabelece as linhas gerais da estrutura do governo e delineia os direitos e deveres dos cidadãos. O sistema legal baseia-se no português e na lei do costume mas é fraco e fragmentado. Existem tribunais só em 12 dos mais de 140 municípios do país. Um Supremo Tribunal serve como tribunal de apelo. Um Tribunal Constitucional com poderes de revisão judicial nunca foi constituído apesar de existir autorização estatutária.
A guerra civil de 26 anos causou grandes danos às instituições políticas e sociais do país. As Nações Unidas estimam em 1,8 milhões o número de pessoas internamente deslocadas, enquanto que o número mais aceite para as pessoas afectadas pela guerra atinge os 4 milhões. As condições de vida quotidiana em todo o país e especialmente em Luanda (que tem uma população de cerca de 4 milhões) espelham o colapso das infra-estruturas administrativas bem como de muitas instituições sociais. A grave situação económica do país inviabiliza um apoio governamental efectivo a muitas instituições sociais. Há hospitais sem medicamentos ou equipamentos básicos, há escolas que não têm livros e é frequente que os funcionários públicos não tenham à disposição aquilo de que necessitam para o seu trabalho.
O presidente anunciou a intenção do governo de organizar eleições legislativas em 2008e presidenciais em 2009. Estas serão as primeiras eleições desde 1992 e servirão para eleger uma nova Assembleia Nacional e um novo presidente respectivamente.

Lista de municípios de Angola por província

 

Província
Capital
Municípios

 


Anexo: Lista de governadores coloniais de Angola

Segue-se uma lista dos governadores portugueses em Angola. As datas referem-se à tomada e cessação do cargo. As datas em itálico indicam a continuação de facto do cargo.
Período
Incumbente
Notas
Soberania Portuguesa
Angola Donatária
(São Paulo de Loanda)
Colónia

África Ocidental Portuguesa
Colónia da Coroa
Luís Serrão, Governador

1591 - Junho de 1592

Junho de 1592 - 1593




1º Mandato
1606 - Setembro de 1607
..., Governador

Setembro de 1607 - 1611


2º Mandato




Fernão de Sousa, Governador




1641 - Outubro de 1645
Em oposição aos holandeses
Outubro de 1645 - 1646
Em oposição aos holandeses
Soberania Holandesa
África Ocidental Holandesa


Soberania Portuguesa
Triumvirate Junta


1651 - Março de 1652
..., Governador representante

Março de 1652 - 1653

1653 - Outubro de 1654
Bartolomeu de Vasconcelos da Cunha, Governador representante

October 1654 - 18 de Abril de 1658


1661 - Setembro de 1666

Setembro de 1666 - Fevereiro de 1667
Tristão da Cunha, Governador

Fevereiro de 1667 - Agosto de 1669
Junta

Agosto de 1669 - 1676




João de Lencastre, Governador










José Carvalho da Costa, Governador representante




Fonseca Coutinho, Governador representante






José Gonçalo da Gama, Governador
or João de Camâra,
Governador

Juntas





..., Governador






Junta




Junta


Bernardo Vidal, Governador-Geral

António Manuel de Noronha, Governador-Geral

Manuel Eleutério Malheiro, Governador-Geral representante

José Xavier Bressane Leite, Governador-Geral

Lorenço Germack Possolo, Governador-Geral

Pedro Alexandrino da Cunha, Governador-Geral

Adrião de Silveiro Pinto, Governador-Geral

António Sérgio de Sousa, Governador-Geral

António Ricardo Graça, Governador-Geral


1º Mandato
Carlos Augusto Franco, Governador-Geral


José Baptista de Andrade, Governador-Geral
1º Mandato

..., Governador-Geral

2º Mandato

José Baptista de Andrade, Governador-Geral
2º Mandato


António Eleutério Dantas, Governador-Geral


Colónia Portuguesa da África Ocidental

1º Mandato
25 de Agosto de 1892 to September 1893
Jaime Lôbo de Brito Godins, Governador-Geral representante

Álvaro Ferreira, Governador-Geral

2º Mandato
1º Mandato

1º Mandato
Custódio Miguel de Borja, Governador-Geral

António Duarte Ramada Curto, Governador-Geral representante
2º Mandato

2º Mandato
Junho de 1907 - Junho de 1909

Álvaro António da Costa Ferreira, Governador-Geral representante


Caetano Francisco Cláudio Eugénio Gonçalves, Governador-Geral representante

Manuel Maria Coelho, Governador-Geral


Colónia de Angola





Mimoso Guera, Governador-Geral representante


José Mendes Ribeiro Norton de Matos, Alto Comissário e Governador-Geral

João Augusto Crispiniano Soares, Alto Comissário e Governador-Geral

Francisco Cunha Rêgo Cháves, Alto Comissário e Governador-Geral

António Vicente Ferreira, Alto Comissário e Governador-Geral

António Damas Mora, Alto Comissário e Governador-Geral representante

Filomeno da Câmara de Melo Cabral, Alto Comissário e Governador-Geral

José Dionisio Carneiro de Sousa e Faro, Alto Comissário e Governador-Geral

Eduardo Ferreira Viana, Alto Comissário e Governador-Geral

Júlio Garcês de Lencastre, Alto Comissário e Governador-Geral

António Lopes Mateus, Alto Comissário e Governador-Geral

Manoel da Cunha e Costa Marques Mano, Alto Comissário e Governador-Geral

Abel de Abreu Souto-Maior, Alto Comissário e Governador-Geral

Álvaro de Freitas Morna, Alto Comissário e Governador-Geral

Manuel Pereira Figueira, Alto Comissário e Governador-Geral

Vasco Lopes Alves, Alto Comissário e Governador-Geral

Fernando Mena, Alto Comissário e Governador-Geral

José Agapito de Silva Carvalho, Alto Comissário e Governador-Geral

Província Ultramarina Portuguesa de Angola
José Agapito de Silva Carvalho, Alto Comissário e Governador-Geral

Manoel de Gusmão Mascarenhas Gaivão, Alto Comissário e Governador-Geral

Horácio José de Sá Viana Rebêlo, Alto Comissário e Governador-Geral

Álvaro Rodrigues da Silva Tavares, Alto Comissário e Governador-Geral

Venâncio Augusto Deslandes, Alto Comissário e Governador-Geral

Silvino Silvério Marques, Alto Comissário e Governador-Geral
1º Mandato
27 de Outubro de 1966 - Outubro de 1972
Camilo Augusto de Miranda Rebocho Vaz, Alto Comissário e Governador-Geral

Outubro de 1972 - Maio de 1974
Fernando Augusto Santos e Castro, Alto Comissário e Governador-Geral

Maio de 1974 - 15 de Junho de 1974
Joaquim Franco Pinheiro, Alto Comissário e Governador-Geral representante

Silvino Silvério Marques, Alto Comissário e Governador-Geral
2º Mandato
António Alva Rosa Coutinho, Alto Comissário e Governador-Geral representante

António Alva Rosa Coutinho, Alto Comissário e Governador-Geral

António Silva Cardoso, Alto Comissário e Governador-Geral

Ernesto Ferreira de Macedo, Alto Comissário e Governador-Geral representante

Leonel Cardoso, Alto Comissário e Governador-Geral

A continuação, após a independência, prossegue em Lista de presidentes de Angola.

 

 



1 comentário:

  1. Engraçado eu tenho um relatório entre 1924 a 1926 que relata uma expansão de uma peste assombrosa onde um português foi nessa altura destacado para com família ... um sofrimento triste ... em Ganda , Angola ... mas simplesmente ninguém menciona tal coisa ...

    ResponderEliminar